Escrever, ah, escrever é fácil, é simples, é misturar um pouquinho da realidade com a ficção, imaginar, sonhar, colocar no papel tudo que o coração quer dizer mas não sabe como, ou muitas vezes por pensar que ninguém quer ouvir.
A gente mistura a tragédia com comédia, faz graça até onde não tem, é fácil, parece mágica.
Basta um tropeço no caminho do trabalho para termos uma ideia sobre o que escrever, fazer analogias com coisas impossíveis e esperar que as pessoas se identifiquem ou ao menos se divirtam.
Eu já fico feliz se elas se divertirem.
Em um curso que eu fiz a escritora falou que se ela abrisse a página do livro, saberia onde estava quando escreveu e o que estava sentindo naquele momento.
Não sou escritora com ela ainda (agora é a hora que os anjos dizem amém) mas depois de alguns textos escritos posso dizer que sei exatamente onde eu estava e como eu estava naquele momento. Que louco né?
É como uma cápsula do tempo, por mais que você não tenha escrito sobre a sua vida, sabe quais foram os motivos que fizeram escrever sobre aquele tema e isso faz com que você viaje no tempo (nem sempre a viagem é boa, mas sempre vale a pena).
É tipo um quebra cabeça, a gente pega um pouquinho daqui, outro dali, mistura tudo e pronto. As vezes fica uma loucura, mas quem não gosta de uma loucurinha?
Esses dias me perguntaram: “Mas tu escreve sobre o quê?”.
Demorei alguns segundos pra responder, “como assim sobre o quê?”, fiquei pensando e então respondi: “Sobre a vida real com uma pitadinha de fantasia”.
Camila Freitas