Em conversa com amigas certo dia, uma delas me disse que sempre que a perguntavam o que ela seria quando crescesse, a resposta estava na ponta da língua: mãe. Ao pensar sobre isso, me dei conta de que essa nunca foi a minha resposta a este questionamento. Mal sabia eu, as voltas que a vida daria.
A maternidade, na minha visão (antiga), era uma forma das mulheres terem de abrir mão de quem elas eram, de quem elas poderiam vir a ser. Na minha antiga visão, uma mulher para ser mãe era uma caricatura de arrastadora de correntes, de uma pessoa que abre mão de si mesma pra agradar a todos a volta, menos a si mesma.
Poderiam alguns dizer, que era a visão que eu tinha dentro de casa, mas não. Minha mãe é uma mulher batalhadora, forte, um exemplo de pessoa, de ser humano, de inteligência, persistência. Sempre pensei, quero ser como essa mulher quando crescer, mas essa mulher, minha mãe, é mãe. Então, se ela conseguia ser tudo isso e muito mais, de onde veio essa visão?!
Até hoje não sei dizer.
O que sei é que maternidade é um dom divino. Uma pessoa poder nutrir, amar, fazer crescer uma outra pessoa dentro de si, só pode ser um dom, maior que qualquer outro no mundo. Maior que o dom de tocar, cantar, resolver cálculos matemáticos. É tão lindo esse dom, que eu, que nunca havia pensado na maternidade desta forma, mudei todas as minhas certezas.
A cada dia que passa, percebo o quanto a maternidade me fez bem. Aprendi a ser menos egoísta, mais paciente, mais amorosa, mais criativa. A maternidade trouxe pra minha vida serenidade, proximidade, respeito por outras mães, sensibilidade com o outro. Não entendo como fui a pessoa antiga que fui, mas que bom que a vida dá voltas e que nada é irreparável e imutável (exceto a morte, mas isso não cabe a esse texto).
A maternidade trouxe pra mim, muito aprendizado, aliás a cada dia, mais de 1000. Não abandonei nenhum plano, apenas mudei a ordem das prioridades e isso, quando ponho tudo na balança, o saldo é extremamente positivo.
E no fim é o que realmente importa!!
ana.fruh