Ela é especial. Isso sempre soube. Não necessito de um diagnóstico para comprovar.
Desde muito pequena sempre se destacou. Linguagem e vocabulário além da sua idade cronológica. Pensamento rápido. Argumentações. Curiosidade. Criatividade. Resolução rápida e não convencional de conflitos.
Com três anos já escrevia seu nome. Com quatro anos decorava histórias e letras de músicas. Com cinco anos já escrevia. Com seis anos já lia. Memória incrível. Decora histórias e datas sem esforço algum. Extrovertida e expressiva. Extremamente desafiadora, contestadora, diferente.
Muitas vezes me tira a paciência. Muitas vezes me tranco no banheiro para chorar escondida.
Tem o dom de virar minha vida de cabeça para baixo.
Mês passado, mais uma vez, ela o fez.
Sou coordenadora pedagógica na mesma escola em que ela estuda, mas a diretora me chamou: Agora, preciso falar com a mãe da Lana.
E com essa frase meu mundo deu um giro.
“A professora e a educadora especial estão observando-a. Ela é muito rápida e aprende diferente dos colegas. A educadora especial não pode diagnosticar, mas de acordo com suas observações a Lana tem indicativos de altas habilidades. Sugerindo progressão de ano escolar.” – disse
Iniciei leituras e conversas com especialistas. Levei-a em uma psicóloga especialista no assunto. Comecei a observar com mais atenção e ressignificar esses 8 anos de vida dela.
Eu sempre percebi, mas neguei. Encontrava desculpas. Primeiramente o convívio apenas com adultos, depois o ambiente letrado em que cresceu. E por ai vai….
Agora aguardo a avaliação cognitiva que a psicóloga fará.
Se vai comprovar que ela realmente tem ALTAS HABILIDADES não sei. Mas compartilharei com vocês os passos dados neste novo e desconhecido caminho que estou prestes a trilhar.
Analéia