O texto de hoje é sobre marrecos. Isso mesmo, marrecos. Não é metáfora. É real.
Moro na cidade, mas tenho o privilégio de morar em um pedaço de campo, dentro da cidade. E, temos um açude e animais a nossa volta.
Nas tardinhas sentamos a beira do açude. E eu já não aguentava olhar para um marreco. Ele vivia brigando com os patos e namorando as patas incessantemente! Era irritante! Me tirava do sério.
Mas um dia, meu pai comprou uma marreca para lhe fazer companhia.
Nas primeiras semanas ele não dava a mínima atenção para a marreca. Seguia importunando as patas! A marreca elegante parecia fazer cara de paisagem, parecendo ignorá-lo também.
Mas, passada algumas semanas, vi os dois “namorando” no açude. E desde aquele dia não se separam mais.
Eles estão sempre juntos. O marreco irritante nem parece o mesmo. Já não anda com os patos. Só tem olhos para a marreca. Eles não se desgrudam. Nadam, passeiam, comem… tudo juntinhos.
E eu, fico olhando e me apaixonando por eles.
Nesta semana, meu pai comprou outro casal de marrecos. Juro que meu coração apertou. Pensei: Ah não, agora vão atrapalhar o meu casal preferido, e se essa marreca nova der em cima do marreco?!
Entretanto meu medo foi infundado. O casal seguiu junto e apaixonado.
Se aconteceu com marrecos, seres irracionais e biológicos, por que não pode acontecer com seres humanos?!
Acredito no amor.
No amor dos marrecos.
No amor dos humanos.
Pessoas podem mudar suas atitudes (ah vai, se o marreco conseguiu a gente também consegue!).
É possível reescrever uma nova história. Apagar o passado. Seguir em frente!
Não sei o que se passa no coração da marreca. Mas pela elegância dela, parece não se importar com o passado, tão pouco com a possível ameaça da concorrente na área. Não sei se ela confia nela, ou no seu parceiro. Não sei se eu estou louca, e meus olhos sensíveis me fazer ver conto de fadas onde não existe.
Mas….
Respiro fundo, olho para o céu e agradeço a Deus por me mostrar na simplicidade a complexidade da vida e dos sentimentos.
Analéia