Já ouvi inúmeras vezes:
Quando você olhar para os olhos do seu filho tudo passa.
Não, não passa, nem sempre.
Pelo contrário, tem vezes que irrita mais.
Ao menos, comigo é assim.
Eu falo e ela vira os olhos.
Eu dou uma ordem e ela discorda, argumenta, bate o pé, cruza os braços. E revira os olhos!
Eu tenho que exercer um auto controle imenso pra não perder a paciência.
Sou mãe que ama, mas sou humana. Pessoa de carne, osso e sentimentos. Me irrito.
Sou mãe real.
Sou mãe que chora, que se desespera, que enlouquece.
Mãe que acerta, e inúmeras vezes erra.
Mãe que se culpa e procura entender onde foi seu erro.
Mãe que incontáveis vezes perde o chão.
Só quem está nas quatro paredes sabe o que realmente se passa.
É fácil olhar de fora e julgar.
Difícil é ter uma atitude sensata com um bilhão de sentimentos correndo em suas veias.
Eu preciso constantemente orar e me fortalecer.
Pedir sabedoria. Pedir olhos de amor.
Ser mãe é um exercício diário de aprender a amar.
Não é um dom inato.
É um desafio.
Os bebês crescem. Se tornam crianças autônomas.
E seguem crescendo, com personalidade e vontades.
É preciso um amor gigante para conviver com as diferenças que vão aparecendo.
E tem vezes que você vê na sua filha (o) claramente aquele defeito que você mesma tem (ou seu marido) e que mais te irrita.
Esse texto não é sobre reclamação.
Não é arrependimento em ser mãe.
(Nunca, jamais!)
Esse texto é sobre maternidade real.
É sobre os desafios diários de ser mãe.
É sobre falhar, acertar, aprender.
É sobre evoluir a cada dia.
Tudo bem se irritar.
Tudo bem chorar.
Você não é uma mãe má.
Você é uma mãe real.
“Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba. I Coríntios 13”
Analéia